A capital mineira vai receber, em 19 de setembro, o seminário “Queijos Artesanais: Cultura, Turismo e Novos Negócios”, realizado pelo Instituto Periférico, com o objetivo de promover um diálogo com o trade turístico de Minas Gerais sobre as possibilidades de atuação e fortalecimento de rotas dos queijos artesanais, além das perspectivas com relação à declaração da Unesco sobre os modos de fazer o queijo Minas artesanal como Patrimônio Cultural da Humanidade. O encontro será das 14h às 18h no Centro de Referência do Queijo Artesanal, em Belo Horizonte, com entrada gratuita e mediante inscrição pelo site institutoperiferico.org/queijominas.

Também estarão presentes produtores que apresentarão a sua experiência com o turismo motivado pela crescente valorização dos queijos artesanais produzidos no estado, além de associações que se dedicam à preservação e promoção desses saberes.

O seminário contará com especialistas do setor, como o superintendente da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilson Sales, e a presidente da Fecitur, Teresa Lemos. Sales estará à frente da palestra “Perspectivas do setor agropecuário para o queijo artesanal”, enquanto Teresa Lemos discorrerá sobre as políticas públicas e atualizações da legislação no campo do turismo para valorização do produto e de seus modos de fazer.

Para a diretora-presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, este evento representa uma oportunidade única para uma rica troca de experiência sobre as tradições, a economia e o turismo que cercam a produção dos queijos artesanais em Minas Gerais. “Vamos explorar como o fortalecimento das rotas do queijo artesanal pode não apenas valorizar nossa cultura, mas também impulsionar o turismo e o desenvolvimento econômico das comunidades envolvidas. Ao reconhecer e apoiar os saberes e sabores que compõem essa tradição, estamos investindo na nossa história e no futuro dos nossos produtores, garantindo que o queijo artesanal de Minas Gerais continue sendo uma fonte de orgulho e sustento para nossas comunidades”, afirma Santoro.

De acordo com a coordenadora do projeto, Luciana Praxedes, “compreender a importância dos queijos artesanais produzidos em Minas Gerais, para além da relevância patrimonial, é ampliar as oportunidades de negócio e desenvolvimento das inúmeras comunidades que possuem a tradição queijeira como um importante fator econômico e social. Para o turismo, cultura alimentar, saberes e experiências são elementos essenciais, em especial quando pensamos nas inúmeras possibilidades no nosso estado.”

O seminário é uma das ações do projeto “Queijo Artesanal: Sabores e Saberes Mineiros”, que tem como objetivo identificar, pesquisar e valorizar os saberes e modos de fazer tradicionais que envolvem a produção do queijo artesanal de leite cru. O projeto é realizado pelo Instituto Periférico, com o patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa MG), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio técnico da Emater. Os eventos que o Instituto Periférico tem desenvolvido nas microrregiões da Canastra e de Araxá, além de Belo Horizonte, também possuem o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), Associação Regional Produtores Queijo Minas Artesanal Araxá (Aqmara), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Centro de Referência do Queijo Artesanal e Mercado Central de Belo Horizonte.

PROGRAMAÇÃO:

Seminário – “Queijos artesanais: cultura, turismo e novos negócios”

Local: Centro de Referência do Queijo Artesanal  

Rua Adriano Chaves e Matos, 100 – Olhos d’Água – Belo Horizonte (MG).

Data: 19 de setembro | Das 14h às 18h

13h30 – 14h | Credenciamento 

14h – 14h20 | Abertura 

14h20 – 14h50 | Palestra 1: Perspectivas do setor agropecuário para o queijo artesanal de Minas Gerais

Gilson Sales – Superintendente da Secretaria de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais

14h55 – 15h45 | Palestra 2: Transformando o queijo artesanal em destino

Marcus Januário – Rota do Queijo | Terroir Vertentes

Thatiana Garcia – Emater

Teresa Lemos – Presidente da Fecitur

15h45 – 16h10 | Coffee-break

16h15 – 16h45 | Palestra 3: O papel do Sebrae no fortalecimento do turismo ligado ao queijo artesanal

Roger Vieira – Assessor do Sebrae Minas

16h50 – 17h40 | Palestra 4: Queijo artesanal, Selo Arte e estratégias de turismo com a Aprocan e Emater-MG

Maria Ednice Rodrigues – Emater

Higor Freitas – Aprocan

17h40 – 18h | Encerramento

Queijo artesanal: um patrimônio dos mineiros

Em 2002, o Iepha-MG registrou o Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro (MG) como Patrimônio Cultural Imaterial do estado, sendo o primeiro registro de bem relacionado à cultura alimentar do país. Dez anos depois, foi realizada novamente pelo Iepha-MG a revalidação do bem cultural atendendo ao disposto no Decreto Estadual 42.505 de 2002. Nesse mesmo ano, além da revalidação referente ao Serro, foram incluídos outros municípios: Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas.

A proteção federal veio em 2008, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que reconheceu o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e Salitre/Alto Paranaíba como patrimônio nacional, inscrito no Livro de Registro dos Saberes. Recentemente, a proteção federal foi ampliada para oito regiões produtoras com base nos relatórios de caracterização produzidos pela Emater (Serro, Serra da Canastra, Araxá, Cerrado, Campo das Vertentes, Serras de Ibitipoca, Serra do Salitre e Triângulo Mineiro, bem como aquelas que venham a ser identificadas) e houve a alteração do título para “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal”. A partir da também ampliação da caracterização feita pela Emater, a proteção do Iphan já alcança dez microrregiões.

Atualmente, são 15 regiões identificadas pela Emater e reconhecidas como produtoras de queijos artesanais no território mineiro, sendo dez regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal (QMA) – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras de Ibitipoca – e cinco produtoras de outros tipos de queijos artesanais mineiros – Alagoa, Mantiqueira de Minas, Serra Geral do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Vale do Suaçuí.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *