Ação leva mais esperança aos moradores de rua de BH/Crédito: divulgação

Mobilização criada para abrandar a fome na capital tem levado mais esperança e dignidade a milhares de pessoas

Ação leva mais esperança aos moradores de rua de BH/Crédito: divulgação
Ação leva mais esperança aos moradores de rua de BH/Crédito: divulgação

Um grupo de amigos decidiu transformar o “desassossego” imposto pela pandemia do novo coronavírus em uma força solidária. São três meses de trabalho voluntário, de segunda a segunda, com o objetivo de abrandar a fome e levar esperança às pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O resultado vem em forma de sorrisos, olhos brilhando e do entrelaçar de mãos, que fortalecem os elos dessa corrente do bem.

O Grupo Força do Amor trabalha na região de Belo Horizonte distribuindo alimento e cuidado a quem precisa. São 1.500 marmitas entregues semanalmente – 130 todos os dias pelo Januária Marmitex e outras 200 quatro vezes por semana em parceria com o Sistema Divina Providência. As refeições têm levado alento àqueles que até o início do ano tinham uma carreira autônoma estável e foram fortemente impactados pela crise ou mesmo aos que já vivem nessa condição há muito tempo. David é uma das milhares de pessoas que recorreram à marmita solidária em um momento de necessidade. “Aqui na pensão que moramos são muitos artistas. Não fomos contemplados com o auxílio emergencial se não fosse essa marmita, estaríamos morrendo de fome”, ressalta o artista ciente que teatros serão os últimos a retornarem seu funcionamento normal.

      Aos finais de semana o trabalho não para. Todos os sábados pela manhã o grupo se reúne na praça Floriano Peixoto, monta o varal solidário e se divide em rotas pela região leste e hospitalar. Tudo super bem pensado por voluntários experientes que trabalham nessas tarefas há mais de 15 anos. O desejo dos voluntários é ir ao encontro das altas concentrações de pessoas em situação de rua, para promover em vários pontos outros varais solidários e disponibilizar uma refeição digna, visto que o restaurante popular está fechado e vários comércios, lanchonetes que doavam alimentação, também se encontram indisponíveis de acesso pelo respeito ao isolamento social.

Voluntários preparam lanche equilibrado e individualizado/Crédito: Divulgação
Voluntários preparam lanche equilibrado e individualizado/Crédito: Divulgação

Cada kit de lanche é preparado com muito carinho pelos voluntários. Eles contêm: uma fruta, uma bebida (suco ou achocolatado em caixinha) e uma opção de carboidrato. Todos os itens são higienizados e embalados individualmente.

O grupo leva, ainda, cobertores, kits de higiene, roupas de frio (higienizadas) e máscaras. Além de muita conversa, orientação e aprendizado para ambos os lados. São distribuídos em média 400 lanches todo sábado e pouco a pouco novos laços entre os voluntários e os atendidos se formam. “Cada encontro que temos com eles é transformador. Vamos de coração aberto, ouvimos suas histórias, trocamos experiências e oferecemos escuta ativa de um grupo de psicólogas voluntárias. Eles se sentem acolhidos, valorizados e querem retribuir esse carinho, seja com um agradecimento, uma oração ou nos levando para conhecer o seu cantinho”, conta Patrícia Ângelo, uma das voluntárias do projeto.

Aos domingos, é a vez do time responsável pelas cestas básicas entrar em campo. Eles recebem, selecionam e higienizam as doações que são separadas em cestas básicas e encaminhadas às famílias que precisam. Desde o início das atividades do grupo, foram distribuídas mais de 300 cestas básicas pelos quatro cantos da cidade, garantindo mais tranquilidade e dignidade aos lares.

Para Ana Caldeira, voluntária do projeto, a pandemia veio para realçar as desigualdades, mas também criar um movimento de empatia e solidariedade que deixará um legado importante à comunidade.“Vivemos tempos em que amar é um ato de resistência. Seguiremos amando, precavendo, não largando a mão de quem precisa.Não faz sentido nenhum mais guardar ou ser egoísta. Está na hora de aprender a compartilhar e distribuir afeto. Não é só uma marmita, um lanche ou uma cesta básica é a oportunidade de alimentar com esperança e amor aqueles que temem pelo dia seguinte”, afirma Ana

Todas as ações do Grupo Força do Amor são mantidas por doações e voluntários, que se dispõem a ir atrás das contribuições. “Não há limites para a solidariedade e não deixamos doações paradas por aí. Nosso grupo se mobiliza para retirar os donativos onde estiver e transformá-los em valor para o próximo. Atualmente, temos dedicados nossos esforços, principalmente, à arrecadação de alimentos, cobertores e agasalhos”, explica.

Como ajudar

Os interessados em encorajar e contribuir com as ações do Força do Amor podem procurar seus voluntários por meio dos canais oficiais: redes sociais (@grupoforcadoamor) e pelo WhatsApp: (31) 9.9958-6824

Como ser ajudado

Quem precisa de ajuda também pode acessar a rede oficial do grupo (@grupoforcadoamor) ou entrar em contato com um de seus voluntários para entender como funciona a assistência.

Balanço das ações:

  • 300 Cestas básicas distribuídas
  • 000 Marmitas entregues (em média)
  • 400 lanches
  • 000 máscaras (em média)
  • 800 Kits de higiene

Serviço:

Grupo Força do Amor (@grupoforcadoamor)

  • Varal Solidário

Todos os sábados, a partir das 8:00 horas

Concentração na Praça Floriano Peixoto (Santa Efigênia).

A assistência se estende ao bairro Floresta, Savassi, Região Hospitalar

  • Marmitas do amor

Entregues semanalmente 1.300 marmitas (assiste às pessoas da região leste e adjacentes)

  • Cestas do amor

Entregues em média 30 a 40 por final de semana (para onde precisar. Analisamos se a pessoa possui gás de cozinha)

  • Ouvidos do amor

Grupo de psicólogas voluntárias que fazem escuta ativa de pessoas em algum tipo de sofrimento ou necessidade psicológica (para quem desejar)

 

By Nimai Dasa

Nimai Dasa profissional formado em Comunicação Social e atua como jornalista a mais de 15 anos.

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