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Dia Internacional da Mulher – muito a celebrar, mas muito a ser feito

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, provoca algumas importantes reflexões sobre a participação delas no mercado de trabalho. O cenário tem melhorado ano a ano, é verdade, mas ainda existe um longo percurso pela frente, especialmente quanto à equidade de oportunidades e salários. Nesse sentido, é importante lembrar que todo o ecossistema precisa ser questionado e revisto, pois não é um tema que se restrinja ao ambiente corporativo. As empresas precisam ampliar a diversidade, sobretudo de ideias, mas também são necessárias políticas público-privadas e mudanças de cultura dentro dos lares para que as mulheres tenham as mesmas condições de competitividade.

Ao mesmo tempo, as profissionais devem buscar, continuamente, se aperfeiçoar quanto às competências técnicas e comportamentais. Independentemente se estamos falando de gênero masculino ou feminino, em um mundo competitivo, irá se destacar apenas aqueles que, de fato, se diferenciarem e entregarem os melhores resultados. Assim, mais que a questão do empoderamento, as mulheres modernas querem – e devem – ser participativas, trocar opiniões e não apenas falar. Afinal, elas são capazes de alcançar qualquer desempenho esperado pelas organizações, desde que bem preparadas.

Além disso, diversas são as pesquisas realizadas globalmente, comprovando que as mulheres são mais empáticas, melhores em processos de coaching e mentoria, sem falar na alta capacidade de influência, liderança e gestão de conflitos. Também são versáteis, têm grande adaptabilidade e se destacam em trabalho em equipe, negociação e orientação para resultados. Usualmente são mais otimistas que os homens e, pela capacidade de serem multifunção, conseguem atuar, com maestria, nas rotinas de cuidar do emprego, da casa e dos filhos.

Com tantas competências, por que as empresas, em muitos casos, ainda insistem em não aumentar efetivamente a quantidade de mulheres em todas as posições, em especial nas cadeiras mais altas, onde a participação feminina ainda é baixa, se comparada à masculina? A verdade é que não há mais espaço para companhias que têm práticas machistas e excludentes no mundo atual. Cada vez mais, em processos seletivos, o desejo pela pluralidade, nas várias esferas, é crescente, e não tratar dessa questão é estar fadado ao fracasso e à falência. Isso porque o público consumidor é diverso e cobra isso das organizações com veemência.

Vale destacar, ainda, que há muitas corporações, inclusive, que exigem das consultorias de contratação de profissionais a apresentação de, pelo menos, uma mulher no grupo de finalistas. Outro aspecto relevante é que, nos cargos de liderança, o número de mulheres ainda é baixo, porém já é maior do que em outros tempos, o que tem impactado nos mais variados negócios e setores, após movimentos sociais, de reivindicações, transformações políticas e econômicas.

Portanto, a diversidade de gêneros no ambiente corporativo é um tema fundamental e precisa ser discutido nos Conselhos de Administração ou pelos presidentes das organizações, até mesmo por estar totalmente atrelado à Governança Corporativa. As empresas precisam ter áreas de Recursos Humanos que, efetivamente, orquestrem essa temática, com o engajamento de todos, a fim de desenvolver ações que aumentem o número de mulheres em todos os níveis hierárquicos, desde que reúnam as competências e habilidades exigidas.

Da mesma forma, são necessárias políticas público-privadas para garantir direitos e deveres iguais a homens e mulheres, a exemplo da ampliação da licença-paternidade, além de uma transformação na cultura existente na maioria das famílias brasileiras. Por que, em pleno 2021, ainda causa estranheza um homem sair mais cedo do trabalho para levar o filho ao médico? Quando foi definido que esse papel deve ser apenas da mulher? E por que ela aceita a carga sozinha, se tem um cônjuge que poderia apoiá-la na criação do filho, evitando sobrecarregá-la em uma jornada dupla ou até mesmo tripla? Tudo isso precisa ser questionado e reposicionado. Consequentemente, se refletirá no mercado de trabalho e no desempenho profissional feminino.

Hoje em dia, as mulheres têm condições suficientes para se posicionar e competir. Para tal, precisam, constantemente, aprimorar competências, habilidades e repertório técnico nas áreas em que atuam, a fim de que possam cada vez mais, assumir escopo e posições de maior complexidade. Dessa forma, naturalmente, conquistarão seu espaço, o que, de fato, já tem acontecido dentro das empresas, na política e nos negócios.

É preciso entender que o processo de mudança não acontece da noite para o dia e exige consistência, resiliência e, acima de tudo, competências. E que, trabalhando juntos, sem barreiras, os dois gêneros têm muito mais a oferecer à sociedade de modo geral. Aliás, apropriar-se da sensibilidade, sensatez e assertividade femininas pode ser o diferencial de que muitas empresas precisam para sobreviver aos próximos tempos, se reinventando dia após dia.


* David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent. Também professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você”. Ele atua, ainda, como embaixador da ONG ChildFund e é Conselheiro de RH da ACMinas.


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Marcio Ribeiro

Marcio Ribeiro

Especialista em crédito e um amante automotivo. Antes de mais nada, apaixonado por tecnologia e automóveis! Bacharelado em Comunicação Social e MBA em Gestão de Negócios, com mais de 13 anos de trabalho dedicado ao mercado digital, sempre fui norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação.

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