Devido ao adiamento reprodutivo, que conceitualmente abrange o grupo de mulheres com 35 anos ou mais, ser cada vez mais numeroso e frequente faz-se necessário reflexões e atitudes e ações sobre esta ocorrência. Sabe-se que a maioria das patologias que interferem no processo reprodutivo feminino surgem após 30 anos de idade. Desta forma, o congelamento de óvulos é uma possibilidade cada vez mais real para amenizar os efeitos deletérios da idade sobre o processo reprodutivo na mulher.

Congelar óvulos é um procedimento de resfriamento de gametas que os preserva para seu uso no futuro. A técnica mais empregada na atualidade e que apresenta a maior taxa de sucesso é conhecida como vitrificação (congelamento). “Na prática, esse método faz uso de substâncias crioprotetoras, que impedem a formação de cristais de gelo na estrutura das células no momento da solidificação pelo nitrogênio líquido. Dessa forma, os óvulos ficam inteiramente preservados, podendo ser descongelados posteriormente, e utilizados num procedimento de fertilização in vitro (FIV)”, explica o médico Marcelo Lopes Cançado, especialista em reprodução humana da clínica Origen.

Não há uma idade ideal para se congelar os óvulos, mas, segundo especialistas, quanto mais jovem, melhor, e, sugestivamente, até os 35 anos. “Isso porque depois dos 35 anos, os percentuais de gravidez natural vão reduzindo, ano a ano, e a qualidade do óvulo também diminui. A mulher nasce com o número de óvulos pré-estabelecidos, ou seja, sua reserva ovariana não sofre aumento ao longo da vida, pelo contrário: é consumida a cada ciclo reprodutivo, até o período da menopausa, quando essa etapa chega ao fim. Em outros mamíferos, em geral, o fim da vida coincide com o final da vida reprodutiva o que não acontece com a mulher. Pensando na saúde desse gameta é que a medicina reprodutiva evoluiu para seu congelamento, ou seja, o material é congelado preservando as características e idade do óvulo naquele momento”, acrescenta o médico.

Como é feito o procedimento?

Na raça humana os ovários disponibilizam centenas de folículos ovarianos no início dos ciclos menstruais mas apenas 1 ovula, em regra. Os outros entram em processo de atresia. Teoricamente no interior da cada folículo há 1 óvulo. Antes de realizar o congelamento, a paciente é submetida a um processo de estímulo dos folículos ovarianos com o objetivo de aumentar a quantidade de óvulos maduros capazes de gerar uma gestação futura. Desta forma são utilizadas drogas com o objetivo de estimular vários folículos à crescerem e completar a maturação dos óvulos. Convém salientar que estas drogas recrutam folículos que involuiriam, ou seja, não são utilizados folículos destinados à serem utilizados em ciclos futuros.

A equipe médica realiza então um procedimento para coletar os óvulos. “Esse procedimento, que dura cerca de 15 minutos, é feito no nosso centro cirúrgico, com sedação, para que a paciente não sinta dor nem desconforto. A coleta é guiada por ultrassonografia transvaginal para garantir maior segurança ao processo”, explica Cançado.

Com os óvulos disponíveis, a equipe usa o processo de congelamento (vitrificação) e, depois, a armazenagem em tanques de nitrogênio líquido, mantidos à temperatura de 196 ºC negativos. Os materiais são colocados em palhetas identificadas e podem ficar congelados por tempo indeterminado.

Num ciclo futuro de utilização dos óvulos, idealmente utiliza-se, em média, 6 – 8 óvulos por ciclo ou por tentativa.

“Além dos casos já citados de indicação para a criopreservação – de mulheres que por questões pessoais e profissionais querem adiar a gravidez -, essa opção é indicada para aquelas em idade reprodutiva que têm diagnóstico de câncer e que passarão por tratamento de radioterapia e quimioterapia sistêmica”, complementa o especialista. Assim, a Medicina Reprodutiva tem uma interseção importante com a Oncologia já que percentual importante das mulheres que são tratadas de câncer desejam preservar gametas visando gestação futura.

Ética médica – Todo o processo de retirada, manipulação e congelamento de óvulos na clínica Origen segue rigorosos procedimentos biomédicos, éticos e de segurança em reprodução assistida. A clínica é certificada pela Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (RedLara), instituição científica e educacional, que agrupa centros de excelência em medicina reprodutiva que realizam na América Latina. Mantém em seu quadro profissionais médicos e embriologista altamente capacitados – o médico Marcos Sampaio é graduado pela Monash University, Austrália, e phD pela Universidade de Valencia, Espanha; Rodrigo Hurtado, tem doutorado pela UFMG; a embriologista Renata Bossi é certificada pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE); e o médico Marcelo Lopes Cançado, além de integrar a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, é mestre em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da UFMG.

Sobre a Origen

Fundada há mais de 20 anos pelos médicos Marcos Sampaio e Selmo Geber, a Clínica Origen de Medicina Reprodutiva nasceu com o objetivo de centralizar a atenção médica, a disponibilidade da tecnologia e o acolhimento humano no bem-estar e respeito a seus pacientes, auxiliando-os na realização do sonho da maternidade.

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